quarta-feira, 2 de abril de 2014








Em 1 de abril de 1964 o então presidente João Goulart, e todo o povo brasileiro, sofreram um golpe dos militares do país, dando início a época mais sombria, vergonhosa e sangrenta da nossa história que duraria 21 anos. Hoje se completa 50 anos do golpe de morte à democracia que sofremos, este que os torturadores assassinos do regime costumam chamar, da forma mais cruel e cínica, de revolução.

O Brasil, país que mais tardiamente livrou-se da ditadura dos militares, manteve-se por tanto tempo sob esse regime por ter possuído apoio incondicional dos setores mais reacionários da sociedade civil como a imprensa, principalmente representada pela figura das organizações Globo, que sob as ordens de Roberto Marinho, prestou um verdadeiro desserviço ao Brasil, apoiando e financiando, tanto quanto o imperialismo estrangeiro, esse regime que censurou, perseguiu, torturou e assassinou muitos e muitos do que ousaram se rebelar contra a ordem autoritária.

Sabemos que até hoje milhares de desaparecidos nunca foram dados como mortos, o que diminui, embora seja extenso, o número de assassinatos. Sabemos também que as valiosas informações das inúmeras prisões arbitrárias e torturas que ocorreram em tantos porões da ditadura, continuam trancafiadas sob as guarda de soldados a mando de seus generais, o que sempre impediu que famílias pudessem enterrar a esperança de um dia rever seus entes queridos, tendo seu direito a memória completamente ignorado. Dentro dos quartéis, ainda impera a ordem de engavetar nossa história, para que possamos um dia esquecer dos terríveis crimes que estes senhores carregam sobre suas fardas.
Hoje, assassinos e torturadores do regime militar fascista, que mancharam de sangue nossa história e destruíram tantas vidas, seguem impunes. Levam suas vidas sem qualquer ameaça de justiça por todos os crimes que cometeram em vinte um anos de poder. Por todos esses e outros motivos, presenciamos nas últimas semanas um claro atentado à democracia nesse país. Militares, apoiados por alguns poucos grupos ultra-conservadores e reacionários, tentaram reeditar a versão 2014 da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Pedindo intervenção militar, cuspiram no que a História nos ensino.

Em cinquenta anos após o golpe militar, esse não foi o único momento em que vivemos claras demonstrações que a ditadura ainda reina no nosso país. Manifestações populares reprimidas com toda força pelo podre Estado brasileiro. Prisões ilegais, perseguições políticas, exército nas ruas contra o povo. Polícia MILITAR matando mais nas favelas do Brasil que países em guerra civil declarada. Vemos que embora o fascismo declarado no Brasil esteja agindo de forma tímida nas últimas décadas, nos deparamos diariamente com o fascismo do governo federal e estadual, comandados por partidos que se fantasiam de esquerda e pregam o discurso em que vivemos em uma democracia, mas que se apropriaram da máquina estatal para servir à burguesia, vender-se ao imperialismo, além de perseguir, espancar e prender manifestantes em claras posições autoritárias e ditatoriais, com o intuito de inibir qualquer revolta popular legítima.1985 terminou o regime militar não a ditadura da burguesia e do latifúndio em conluio com o imperialismo, inimigos claros do povo. O aprofundamento da luta de classes que temos visto no país desde junho do ano passado revela a natureza fascista do Estado brasileiro e desmascara a falsa democracia que vivemos.


Hoje, primeiro de abril de dois mil e catorze, muito além de uma infeliz data da nossa História, é sobretudo dia de estarmos nas ruas, repudiando qualquer comemoração de assassinato. Denunciando todos os crimes hediondos deste regime. Exercendo seu direito de livre manifestação, exigir cadeia imediata de todos os torturadores impunes. LEMBRAR PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA!

- CADEIA PARA OS TORTURADORES DO REGIME MILITAR FASCISTA!
- ABERTURA IMEDIATA DOS ARQUIVOS HISTÓRICOS DA DITADURA!

É pelo sangue derramado dos verdadeiros filhos da pátria. Por eles, por nós.

NÃO ANISTIAMOS NINGUÉM!

-PRAÇA DO DIÁRIO - 15H.

Nenhum comentário:

Postar um comentário